segunda-feira, 25 de julho de 2016

O contraponto da administração: “Delegação Autraliana: Nós não queremos cangurus, e sim encanadores”






Prezado leitor (a), iniciamos  a  era olímpica no Rio de janeiro, neste dia 25 de julho de 2016, com todos  os aparatos possíveis em termos de administração e infraestrutura para receber  a comunidade estrangeira, os atletas brasileiros,  de outros países,  bem como toda a imprensa nacional e estrangeira.

No quesito da gestão administrativa  ocorreu um fato, ao menos, atipico: por ocasião da chegada da  delegação australiana na Vila Olimpica, foram constatadas várias irregularidades em relação às instalações que foram reservadas para aquela Delegação:  fiação solta, encanamento mal feito, bem como sujeira nas  dependências dos apartamentos.

A Delegação Australiana decidiu então,  que não ocuparia aquelas instalações, removendo os seus atletas para outros hotéis no Rio de Janeiro. No mesmo dia, em entrevista aos repórteres, o Prefeito Eduardo Paes explicou que este caso  foi um incidente isolado, e que tomaria as devidas providências para que  houvesse uma solução a curto prazo para que as instalações estivessem devidamente prontas.

Ainda em suas considerações, o  Prefeito fez  também um inusitado  comentário de que tudo seria resolvido a contento, e ainda poderia providenciar alguns cangurus para incentivar os atletas da Delegação Australiana. Por sua vez, o Chefe  da Delegação Australiana respondeu com o seguinte comentário: “Nós não necessitamos de cangurus, mas sim de encanadores”.
Passamos então a analisar esta situação do ponto de vista administrativo, com  ênfase nas quatro funções administrativas,  que requerem um bom conhecimento teórico e prático do administrador: planejar, organizar, dirigir e controlar.

- Planejar: Há que se ressaltar,  que o tempo para a preparação das instalações foi em torno de mais de quatro anos. Um bom planejamento começa com  objetivos bem delineados, com todas as etapas já previstas e escritas no papel, bem como   pessoas capacitadas  e com  experiência comprovada em cada área de atividade. Então se houve realmente um planejamento, talvez não tenha sido cumprido em todas as suas etapas, para que todas as instalações da Vila Olimpica estivessem a contento.

- Organizar:  Organizar é por cada coisa em seu devido lugar. É como montar um jogo de quebra-cabeças e compreender o que tem que ser feito a partir de uma montagem em maquete do que deveria ser um projeto, empreendimento,  setor ou empresa que deve ser administrada, inclusive em termos de recurso.  No caso da Vila Olimpica, talvez tenha faltado  justamente esta preocupação em fazer a conexão entre as pessoas, os recursos alocados e  a visão organizacional do todo,  para fazer as devidas correções.

- Dirigir: Torna-se necessário que em eventos de maior complexidade como está sendo as Olimpiadas no Rio de Janeiro, que haja uma coordenação apropriada entre todos os Órgãos envolvidos na evolução dos processos, nesse caso, deve haver um  gestor com o devido “expertise”  para cada atividade. Ocorre que deve haver reuniões diárias em uma   “sala de guerra”,  em que o principal condutor de todo o “macro processo”  tenha uma visão geral de como está evoluindo todos os acontecimentos relacionados com o evento.

- Controlar: Verificar se o que foi planejado, efetivamente aconteceu,  e fazer uma medição diária ou semanal da evolução do “macro processo”. O controle serve  até para modificar o que foi anteriormente planejado, pois o plano estratégico é um documento que está no  papel, mas deve ser dinâmico. É necessário que seja seguido   por todos os gestores responsáveis pelo evento. O controle deve ser exercido na esfera operacional, tática e estratégica. No caso das instalações da Vila Olimpica, recebidas pela Delegação Australiana, com o encanamento deficiente, pode-se constatar  que houve pelo menos várias falhas no que tange à esta função administrativa.

Permanece como um “alerta”  a reclamação  da Delegação Australiana, que soa como uma orientação para todos  que querem ser  administradores, como  se fosse uma lição corporativa:

 “Nós  não queremos cangurus, e sim encanadores”, ou seja, não queremos  “paliativos” ou “desculpas”, o que se quer,  é gente que deve fazer acontecer o que foi planejado, com eficiência, eficácia e efetividade

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