Prezado leitor (a),
iniciamos a era olímpica no Rio de janeiro, neste dia 25
de julho de 2016, com todos os aparatos
possíveis em termos de administração e infraestrutura para receber a comunidade estrangeira, os atletas
brasileiros, de outros países, bem como toda a imprensa nacional e
estrangeira.
No quesito da gestão
administrativa ocorreu um fato, ao
menos, atipico: por ocasião da chegada da
delegação australiana na Vila Olimpica, foram constatadas várias
irregularidades em relação às instalações que foram reservadas para aquela
Delegação: fiação solta, encanamento mal
feito, bem como sujeira nas dependências
dos apartamentos.
A Delegação Australiana
decidiu então, que não ocuparia aquelas
instalações, removendo os seus atletas para outros hotéis no Rio de Janeiro. No
mesmo dia, em entrevista aos repórteres, o Prefeito Eduardo Paes explicou que
este caso foi um incidente isolado, e que
tomaria as devidas providências para que
houvesse uma solução a curto prazo para que as instalações estivessem
devidamente prontas.
Ainda em suas considerações,
o Prefeito fez também um inusitado comentário de que tudo seria resolvido a
contento, e ainda poderia providenciar alguns cangurus para incentivar os
atletas da Delegação Australiana. Por sua vez, o Chefe da Delegação Australiana respondeu com o
seguinte comentário: “Nós não necessitamos de cangurus, mas sim de
encanadores”.
Passamos então a analisar
esta situação do ponto de vista administrativo, com ênfase nas quatro funções administrativas, que requerem um bom conhecimento teórico e
prático do administrador: planejar, organizar, dirigir e controlar.
- Planejar: Há que se
ressaltar, que o tempo para a preparação
das instalações foi em torno de mais de quatro anos. Um bom planejamento começa
com objetivos bem delineados, com todas
as etapas já previstas e escritas no papel, bem como pessoas capacitadas e com
experiência comprovada em cada área de atividade. Então se houve
realmente um planejamento, talvez não tenha sido cumprido em todas as suas
etapas, para que todas as instalações da Vila Olimpica estivessem a contento.
- Organizar: Organizar é por cada coisa em seu devido
lugar. É como montar um jogo de quebra-cabeças e compreender o que tem que ser
feito a partir de uma montagem em maquete do que deveria ser um projeto,
empreendimento, setor ou empresa que
deve ser administrada, inclusive em termos de recurso. No caso da Vila Olimpica, talvez tenha
faltado justamente esta preocupação em
fazer a conexão entre as pessoas, os recursos alocados e a visão organizacional do todo, para fazer as devidas correções.
- Dirigir: Torna-se
necessário que em eventos de maior complexidade como está sendo as Olimpiadas
no Rio de Janeiro, que haja uma coordenação apropriada entre todos os Órgãos
envolvidos na evolução dos processos, nesse caso, deve haver um gestor com o devido “expertise” para cada atividade. Ocorre que deve haver
reuniões diárias em uma “sala de
guerra”, em que o principal condutor de
todo o “macro processo” tenha uma visão
geral de como está evoluindo todos os acontecimentos relacionados com o evento.
- Controlar: Verificar se o
que foi planejado, efetivamente aconteceu,
e fazer uma medição diária ou semanal da evolução do “macro processo”. O
controle serve até para modificar o que
foi anteriormente planejado, pois o plano estratégico é um documento que está
no papel, mas deve ser dinâmico. É
necessário que seja seguido por todos
os gestores responsáveis pelo evento. O controle deve ser exercido na esfera
operacional, tática e estratégica. No caso das instalações da Vila Olimpica,
recebidas pela Delegação Australiana, com o encanamento deficiente, pode-se
constatar que houve pelo menos várias
falhas no que tange à esta função administrativa.
Permanece como um
“alerta” a reclamação da Delegação Australiana, que soa como uma
orientação para todos que querem
ser administradores, como se fosse uma lição corporativa:
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